Contemple e verá o novo mundo

Alguém Batendo Forte nas Portas do Meu Coração

Bem vindo(a).
Eu escrevi este conto angelical, que é uma aventura de Arteiro e sua médica, acompanhados por Haziel, Abadon e Laylah, para contar a você o meu testemunho pessoal do amor de Cristo na minha vida, em um dos momentos que me fez voltar a me reaproximar mais da Casa do Pai.

E mais ainda, quero mexer com o seu imaginário sobre o mundo espiritual e trazer você para pensar comigo sobre como ele está presente nas nossas vidas agora mesmo.

Quero refletir com você, um pouquinho só, sobre a vida, a doença e a morte. Para termos, principalmente, uma outra visão sobre as doenças.

Essa história de cura aconteceu em 2018, na cidade de Manaus, Amazonas, Brasil.

Quando nós adoecemos, estamos sendo chamados para mais perto de Deus. E, apesar de não parecer, no momento em que padecemos de dor, febre ou com medo, isso, no fundo, é ótimo! Quando estiver doente, lembre da história que você vai ler agora.

“Ao passar, Jesus viu um cego de nascença. Seus discípulos lhe perguntaram: “Mestre, quem pecou: este homem ou seus pais, para que ele nascesse cego?” Disse Jesus: “Nem ele nem seus pais pecaram, mas isto aconteceu para que a obra de Deus se manifestasse na vida dele”. 
Passagem do Evangelho de Jesus, narrado pelo Apóstolo João, Cap. 9, versículos de 1 a 3.

O meu coração adoeceu antes do tempo normal, quando eu era bem jovem para isso. Tinha Alguém batendo nesse meu coração com tanta força, que ele entrou em descompasso, e eu me assustei.

Quando, finalmente, eu o abri, entrou o Meu Eterno Amor, que não aguentava mais esperar por mim.

Esse conto é baseado no meu testemunho pessoal de cura e como eu vi isso, posteriormente, como a minha entrada no Verdadeiro Admirável Mundo Novo.

A amizade dos céus em ação

Haziel estava atento, ao lado de Arteiro, observando-o trabalhar, entoando louvores e orando, ora ou outra, com alegria e gratidão.
A longa túnica de Haziel, de um branco tão reluzente quanto a neve aos raios de sol, descia da sua grande altura e tocava o chão.

Alguém com uma estatura tão grande quanto a sua se aproximava, surgindo na sala sem entrar pela porta.

Ele falou com uma voz mais bela que as dos maiores tenores:
– Alegra-te, Haziel! Imensurável é o nosso júbilo em estarmos aqui e maravilhoso é o Nosso Criador, que nos concede a existência!
– Abadon! Um tesouro, é a sua amizade! Que a paz transborde do seu coração! Quanto tempo! Qual é o motivo de tão cara visita?

– Ora, não tenho visto você nos nossos louvores, nem de dia, nem de noite… Vim saber das novidades!
– Sim, vários novos louvores, orações e partilhas têm me atraído ultimamente. Não sei como o coração não me salta do peito de tanta alegria.
– Fico feliz por você. Graças ao Bom Pai!

Abadon continua, olhando para Arteiro, que trabalhava, com um tom de voz de quem quer falar sobre algo sério, e pergunta:
– E…. me diga… Arteiro…. Como ele está indo?
– Bem. Eu estou feliz em ver a sua evolução, dia após dia.
– Que ótimo!!! E quando você vai dar-lhe… um pouco mais de profundidade na Verdade, de uma vez por todas? Ahahahah!
– Ahahaha! Ah…. Bem, ele ainda está tão apaixonado pelas cenouras que encontra no seu caminho… que acredito que ainda não seja a hora de uma intercessão mais forte da minha parte. E nós sabemos que é assim com todos.
– É, é verdade. Quão grande é a nossa missão…

Os dois ficam pensativos por um instante, pensando em todos os humanos que regem e contemplando a Verdade de tudo isso. Mil imagens vêm às suas mentes e os seus rostos resplandecem.

Haziel quebra o silêncio:
– Estou orando para que as mensagens do Eterno fiquem cada vez mais claras para o Arteiro o quanto antes. E, claro, estou cuidando de tudo o que é possível para este meu irmão.

– Ah, me bateu um forte pressentimento agora. Sinto que é uma mensagem de que o momento do aprofundamento de Arteiro está chegando.
– Você também sentiu? Isto também me foi inspirado há pouco tempo. Vejo um momento de um pouco de aflição para ele. É possível que ele já esteja com um pequeno problema de saúde. Mas depois seremos, mais uma vez, abençoados, porque enquanto ele estiver doente, ficará mais aberto para que eu possa lhe ensinar algo mais profundo.
– Que maravilha… Bendito é o Senhor, Nosso Pai. Maiores são os Seus caminhos.
– Isso mesmo, Abadon. Nós vos adoramos, Ó Onipotente Pai.

Um chamado para mais perto

Arteiro entra no site para ver o resultado dos exames. “Então era isso! Já não bastasse a ansiedade crônica, também estou com hipertensão e arritmia cardíaca. Não acredito.”

Visitou alguns consultórios médicos de cardiologia. Alguns exames foram feitos, mas, depois deles, as respostas não eram precisas.

Já no terceiro consultório, ele retorna com os resultados dos exames passados pela médica e se senta. Na parede, vê o desenho de uma linha que descreve o ritmo cardíaco junto com o desenho de um coração. Olha triste e impressionado. “Como pôde chegar a esse ponto?”

Passa a mão em um panfleto, no balcão, e lê algumas informações úteis sobre o uso de marcapassos cardíacos. “Será que eu vou ter que usar um desses?”
– Arteiro, sua vez.


A médica observa os resultados dos exames. Ele aguarda, com uma certa calma, o que ela iria dizer.
– Ouça, você está com uma hipertensão, e com episódios frequentes de arritmia cardíaca. A hipertensão não é grave. Você já está tomando medicamentos para ela?

– Sim, já. O primeiro médico havia me passado.
– Excelente! Sobre a arritmia cardíaca, como o próprio nome diz, o seu coração não está tendo contrações no ritmo normal, mas vamos observá-la um pouco mais. Pode ser que não seja necessário nenhum procedimento médico. Mantendo a sua pressão no nível normal por um bom tempo vai fazer bem para o ritmo cardíaco.

Arteiro se lembrou do marcapasso, que viu no corredor:
– Se não melhorar…? Posso ter que usar um marcapasso? E… preciso tomar o medicamento pro resto da vida?
– Eu sei que parece complicado, mas a sua situação pode ser revertida sem tanta dificuldade. A arritmia cardíaca é uma disfunção elétrica.

Você sabia que este se exame mede sinais elétricos do seu coração? Vou lhe contar o que os artigos científicos mais recentes falam sobre um quadro como o seu.

Como a médica percebeu a aflição que Arteiro tentou disfarçar, ela prolonga a consulta, conversando mais com ele.

Atrás da médica, está Laylah, olhando sorridentemente para Haziel, que estava atrás de Arteiro. Os semblantes de ambos eram hipnotizantes e eles reluziam muito naquela manhã.

Também conversavam telepaticamente um com o outro, em alguns momentos. Em outros, oravam a Deus por Arteiro e sua médica. Em um momento, cantaram:
– Bendito és Tu, Senhor, que fecha e abre os corações! Todos os dias, haverei de bendizer-vos, Tu que leva os corações dos Teus filhos ao Teu Imenso Coração! Hei de louvar o vosso nome para sempre…

– Espero que tenha entendido tudo direitinho, Arteiro. Fique tranquilo e se cuide! – a médica concluiu.
– Muito obrigado, doutora. Apertaram as mãos com um sorriso.

Laylah se despediu de Haziel:
– O Senhor é muito bom com todos nós. Que o coração de Arteiro se abra ao Novo Mundo de Amor com a sua amorosa ajuda, para a Glória do Nosso Misericordioso Pai.
– Ele se abrirá. Os Seus Sacros Caminhos nos transportam por toda a Eternidade. A sua guiada está indo muito bem. Nosso Pai lhe conceda cada vez mais força, com a sua amiga intercessão.
– Até logo, amado irmão.
– Até logo, caríssima irmã.

Arteiro descia o elevador mais confiante do que na saída dos outros consultórios.

– Finalmente, alguém que me dissesse algo mais fundamentado. Mais que isso! Sinto-me forte como uma rocha. Que moça estudiosa! Não, e não é só isso. Que coração! – e riu, lembrando-se do estado do seu próprio coração.

Ligou o carro e botou uma música das que mais gostava na sua playlist. Partiu para casa com Haziel ao lado, com um sorriso resplandecente que Arteiro não podia ver.
– Preciso voltar a correr e fazer exercícios. Amanhã, pela manhã, vou correr na Praia da Ponta Negra.

O cenário perfeito para uma grande lição

Arteiro salta da cama às 5:30 da manhã, para sair de casa antes do horário de maior trânsito e antes de ir para o trabalho.

Ele se dirige à Ponta Negra. Os primeiros raios de sol surgem no para-brisa. Arteiro fecha um pouco os olhos e franze a testa. Mas a sensação de sentir o sol da manhã no rosto é ótima e, nesse momento ele tem aquela boa e velha sensação de estar matando saudade de épocas passadas, quando ele saía de casa a essa hora.

E, por que não dizer, que ele tinha aquela sensação, também, do Eterno Retorno de Nietsche: um momento do qual nós não queremos sair. Um momento que não queremos que passe. Nas palavras do próprio filósofo, mesmo sendo ateu, um momento repentino de percepção da Eternidade. O sol da manhã junto com o vento frio esquentando a face de Arteiro lhe gerava esta sensação.

Chegando à praia, ele faz a sua primeira corrida matinal. Conclui e olha pro seu aplicativo de corrida satisfeito. “Opa! Cumpri a meta do primeiro dia! Vou aproveitar que ainda tem pouca gente na praia para tirar uma foto desse momento pra inspirar a galera do Instagram.”.

Quando Arteiro se aproxima da varanda do calçadão da praia, que lhe dá a vista panorâmica para toda a areia da praia e toda a imensidão do Rio Negro, Haziel, também empolgado com esse momento, se antecipa a Arteiro, passando sobre ele como que em um vôo rápido, se senta no parapeito da varanda e ora, olhando o Rio Negro:

“Obrigado, Nosso Grande Pai, que está conosco com o Seu Espírito durante toda a Eternidade. Sinto-me preparado para a missão de hoje, com a sua bênção”.

O sol já está um pouco mais alto e brilha fortemente. O vento sacode a túnica de Haziel sobre o parapeito, tornando-a mais reluzente do que de costume. Se Arteiro já pudesse vê-lo, presenciaria mais um espetáculo e tanto.
– Ah, que vista boa! Quanto tempo!
“Quanta beleza o Pai preparou pra você hoje, hein?” Haziel falou, inspirando o pensamento de Arteiro.
– Obrigado, Senhor. Eu precisava disso.

Enquanto Arteiro se delicia com a vista que agora sabe que precisava tanto, Haziel se concentra em oração:

“Espírito da Verdade, eu Te louvo pela minha missão. Concede-me a honra de interceder pelo Arteiro, que eu tenho regido e protegido com tanto amor. Faz com que as minhas palavras toquem o seu coração para que este filho se aproxime do céu, a Vossa Vontade seja satisfeita e a Tua Glória se concretize mais uma vez.”

O Passado e o presente, conectados

Haziel intervém, novamente, no momento reflexivo de Arteiro: “esta vista lembra o trabalho que você fez para a sua dissertação de mestrado, não?”

– Essa vista me lembra muito o meu trabalho de Mestrado. Eu passava as tardes observando o Horizonte e toda a paisagem ao redor, para aprender como um drone poderia se guiar nos céus sem o uso de sensores, usando a Visão Artificial. Eu não sabia se ele iria se guiar pelas cores, ou pelos relevos, não tinha a menor ideia, mas aprendi muito durante o trabalho.

“Então, talvez, todo aquele trabalho, que tinha prazos, pressões, insônia e tudo o mais envolvido, fosse só um presente de Deus para que você contemplasse a Sua Maravilhosa Criação, não, acha, meu amado irmão?” Haziel fala tão calmamente que inspira a paz nos pensamentos de Arteiro.

– Eu tinha tanta expectativa sobre aquele trabalho. Arteiro concluiu, querendo rir. E o melhor de tudo, na verdade, era poder ver a natureza se revelar diante dos experimentos. Tudo era uma profundamente simples lição de Deus.

“Sim!!! E…. você se lembra dos agradecimentos do seu trabalho?? Eu pedi com toda a minha força ao Senhor que Ele inspirasse você para que pudesse concluir o seu trabalho com a paz e com boas lembranças, meu caríssimo amigo… E ele me deu incríveis sinais e inspirações para lhe guiar. Você sempre vai se lembrar daquelas palavras finais…. que vão lhe lembrar de todo o resto….”

– A minha frase final foi: “obrigado, Senhor, por me permitir experimentar uma ínfima parte da sua maravilhosa engenharia”. Eu ainda me lembro tão bem dessa minha frase nos agradecimentos da dissertação.

Naquele momento, finalmente… não sei como… mas eu via isso de estar descobrindo uma pequena parte da maravilhosa engenharia de Deus com clareza, relembrando de todo o Mestrado, e até mesmo de toda a minha vida de estudos e trabalho.

E o que é mais interessante é que essa maravilhosa engenharia sempre esteve bem à minha frente, desde que eu nasci! Só me faltavam conhecimentos, instrumentos e um bom tempo disponível para observar bem os seus detalhes. E, pá! Quanto foi criado. Quanto nós podemos criar.

“Inspirado pelo Amor Infinito, de onde vem todas as coisas e para que todas elas são feitas”, completou Haziel.

– Deus é muito bom. Imagino o quanto mais eu não posso fazer ainda disponibilizando mais do meu tempo para aprender.

“Sim, meu grande Arteiro. Você vai fazer muito mais. Tanto que nem imagina. Mas fico feliz que você já esteja recuperando as suas boas lembranças e se curando…. ah! sim, é exatamente sobre isso que quero falar com você hoje. Sobre observar a Natureza, contemplar e imaginar.”

O que os grandes criadores têm a dizer sobre como descobrir um novo mundo?

“O que mais, meu nobre Arteiro? Eu sei que esta paisagem desse imenso rio à nossa frente lembra você de mais umas coisinhas no seu trabalho, e não são coisas técnicas. Não, não…. tecnologia nem é o meu forte, apesar de gostar de acompanhar você nos seus trabalhos e sentir a sua empolgação em cumprir as suas tarefas. Maas…. Isso não é mais necessário, neste momento. Vamos relembrar o que é mais útil para o seu Caminho. O que acha?”

– Essa paisagem me dá uma outra boa lembrança do meu trabalho. Quando eu procurava frases célebres para colocar nas primeiras páginas da dissertação, eu nem pensava que ia me surpreender tanto. Na verdade, até esperava, já que eu procurava frases de grandes cientistas… E que pérola aquela que eu encontrei de Pitágoras. Uma frase sensacional.

Pena que nas minhas pesquisas sobre ele, descobri que não há muitas provas da existência dele na História. Pode ser que a frase não tenha sido mesmo dele. Mas ele inspirou muita gente e criou a escola pitagórica de Filosofia e Matemática, o que aumentam as chances de a frase ter sido dele. Além do mais, de qualquer modo, não deixa de ser espetacular!

“Sim, é uma frase que você sempre vai lembrar. Ela não veio por acaso. Vai lhe livrar de muitas aflições e lhe abrir muitos caminhos.”

“É, meu corajoso Arteiro. Você já ouviu falar de palavras mágicas? Um dia você vai entender: TODAS são mágicas! Aahahahaha”

– Pitágoras disse: “se você parar por um momento não tão breve, diante de algo na natureza…”
“E se contiver…”, completa Haziel.
– “… e conseguir segurar os seus anseios, medos, e todas as outras emoções….”.
“Auto-controle”.
– “…e contemplar verdadeiramente o fenômeno natural que está diante dos seus olhos, em todo o seu cenário, em toda a sua beleza, com todos os sentidos possíveis, com toda a sua atenção e a sua alma voltada para este momento, observando cada detalhe visível….”.
“Sim, você descobrirá….”
– “…você , finalmente, vai começar a vislumbrar o invisível e descobrirá maravilhas nunca antes vistas”, completou Arteiro.

“Sim, meu regido amigo!!!! VOCÊ descobrirá!!!”. Haziel, contemplando esta sabedoria, se alegrou e começou a bater palmas e gritar, para os quatro cantos do mundo, as mais belas poesias e orações inspiradas pelo Espírito Santo, ininteligíveis para Arteiro, mesmo que ele conseguisse ouvir.

Não demorou para várias sombras começarem a aparecer na areia da praia, embora Arteiro não pudesse ver. Os anjos vinham prestigiar este momento, cantando louvores e fazendo acrobacias pelo céu da Ponta Negra, sobre o Rio Negro, sobre a areia, e alguns, ainda, sobre a calçada superior e sobre a rua. Todo o lugar se iluminou mais.


– Caramba! Hora de voltar pra casa. Preciso pagar a conta da Internet, agendar um exame e me preparar para a reunião no trabalho, já, já.

“Não, não. Exatamente sobre isso que estávamos falando. Acalme-se, meu amigo. Ahaha! E então, o que mais pensar sobre esta frase maravilhosa, meu grande guerreiro?”

Arteiro se acalma, olha para o Infinito e tem uma grande lição

– Olha, está chegando um barco para atracar no Hotel Tropical, aqui do lado.

E Arteiro voltou a refletir: Pitágoras descobriu tantas coisas da Matemática! “O quadrado da medida da hipotenusa é igual à soma dos quadrados das medidas dos catetos.”. Fico imaginando Pitágoras olhando para o céu, que era igual ao que eu vejo hoje, à minha frente, aqui na Ponta Negra, e imaginando o triângulo de todas as maneiras, explorando todos os seus segredos.

“Foi fantástico. O que eu ainda não lhe disse foi para pesquisar mais a fundo sobre a História do teorema. Mas, se desejar…”

Arteiro se interessou mais pelo assunto. Abriu o Google no celular. Trombetas tocavam pelos céus da Ponta Negra. Ele descobriu que os chineses e babilônicos já conheciam as propriedades do triângulo, mas Pitágoras se aprofundou muito mais e tornou estes conceitos verdadeiras pedras angulares da matemática.

“Como é poderoso observar atentamente, controlando os impulsos, medos, desejos e ansiedades do corpo”, relembrou Haziel. “O que mais há sobre ele, meu amigo?”

Arteiro olhando ainda para o celular, enquanto os anjos cantavam alegres, conversavam e cumprimentavam Haziel calorosamente. Arteiro leu:
– Todo esse brilhantismo dele foi usado na construção das pirâmides do Egito! Minha nossa… Além disso, ele trouxe novos conceitos para a música, para a filosofia, astronomia, fundou a escola pitagórica e ainda tinha uma associação “de caráter mais religioso do que filosófico”.

“Hum…. chegamos a mais um ótimo ponto, meu nobre guiado. As ideias evoluem para a filosofia e, por fim, para a Busca pelo Divino, e novas ideias também vêm a partir Dele de novo, em um círculo virtuoso capaz de gerar coisas cada vez mais grandiosas, não é mesmo?”

A ciência e a tecnologia como alusão à vida

Haziel estava em êxtase. Arteiro passou mais um tempo refletindo e contemplando a natureza à sua frente, se lembrando de outras grandes pessoas que, certamente, também tinham um grande poder de contemplação por terem realizado tão grandes feitos na vida.

“Agora, saindo um pouco da ciência, que lhe atrai bastante, já pensou que você pode contemplar tudo, em todos os lugares e descobrir coisas maravilhosas sobre as pessoas e outras coisas, também?”, comentou Haziel, sentindo fortemente o Espírito Santo conversando com ele e com Arteiro.

– Não tinha pensado tanto assim sobre o poder da contemplação. Então, não é só com essa bela paisagem do Rio Negro aqui na minha frente. Mas onde eu estiver, posso conter meus desejos, ansiedades, pressa, timidez, emoções frívolas e simplesmente contemplar para ver além e entender melhor a natureza de tudo o que está diante dos meus olhos.

Um grupo de anjos passa inesperadamente e dá tapinhas nas costas de Haziel e se vão brincando uns com os outros pelo céu.
Haziel volta-se novamente para Arteiro: “Sim, e tudo lhe será mostrado por Quem tudo lhe dá de graça, ao seu tempo.”

– Posso parar para contemplar as pessoas no trabalho, na academia, e até mesmo em situações que antes só me pareciam entediantes e obstáculos no meu dia, como estar na fila de um banco ou no trânsito.

“Espírito de Amor, sinto tão forte a Tua presença. Estamos Te ouvindo.”, disse Haziel.

Um filme surgiu na mente de Arteiro, enquanto olhava para o rio. Ele estava na academia, fazendo a sua caminhada na esteira. As pessoas que ele sempre via na academia passavam novamente por ele, indo e vindo. Algumas sérias e centradas em si mesmo, outras conversando, brincando e se entretendo.

– Cara, eu até quero voltar pra malhar, mas haja coragem. Academia, muitas vezes, é chata.
“Que permaneçamos na Tua Luz, Senhor”. Haziel interviu, pedindo.

O novo caminho para o novo mundo surgirá

Arteiro se viu ainda na esteira, olhando ora para o celular, ora para a TV, ou simplesmente tentava ficar focado no seu exercício, ou, pelo menos, passar essa impressão a todos. Tinha que ser rápido nos exercícios que iria fazer depois, para ir ao trabalho na hora certa. Sempre era assim. A academia era somente necessária.

Mas, agora, ele se via começar a observar melhor aquele lugar. Uma ideia interessante: antes, aquele lugar era uma casa de festas. Ele ia para festas lá. Tinha se transformado em uma academia tão rápido. Quantas experiências diferentes acontecem em um mesmo lugar, em épocas diferentes.

Os lugares mudam, as pessoas mudam, mas elas têm os mesmos sentimentos e buscam a interação com outras pessoas, além da sua satisfação pessoal.

Arteiro voltou à academia, em pensamento. Viu uma menina séria, sem manter contato visual com ninguém. Como teria sido o dia dela? E das outras pessoas que estavam ali? Como elas estavam se sentindo? Por que escolhem usar cada uma o seu tipo específico de roupa? Aquele rapaz mais falante gosta mais de chamar e dar atenção. O que o faria se diferenciar assim dos outros?

Haziel consegue captar um pouco do que Arteiro estava vislumbrando e sentindo, enquanto olhava um grupo de estudantes brincando ali perto, na praia.

De repente, Haziel sentiu que o espírito de Arteiro sofreu uma pequena influência de baixo nível.
Arteiro se lembrou que, na academia, dificilmente, ele fazia amizade. Se Lembrou daquele dia na academia, que aquele cara falou algo que ele não gostou muito em uma conversa durante um descanso rápido.

Haziel lamentou pelo ocorrido e entregou a Deus em oração.

Após alguns instantes, viu suas preces sendo atendidas e sentiu o espírito de Arteiro se elevar mais, novamente.

Arteiro pensou:
– Mas certamente, faltou àquele rapaz um pouco de paz e contemplação do momento. Por isso, saíram palavras que não geraram bons frutos. O mesmo acontece comigo, o tempo todo. Então, eu o perdoo e espero que nós dois aprendamos a contemplar mais as nossas vidas. E, agora, tentando entender melhor aqueles com quem eu me encontro, posso pensar em como eu também posso tornar melhor o dia de cada uma destas pessoas que cruzam o meu caminho.”

Haziel até se ajeitou, pois quase cai do parapeito da varanda do calçadão ao ouvir isto, e orou: “Bendito és, Senhor, que nos abre os nossos olhos. Arteiro, não é preciso gastar tanta energia com os pensamentos. Desejo a você que se deleite em apreciar este novo mundo diante dos seus olhos.”

– É só eu não me esforçar muito para passar alguma boa impressão a alguém, ou para falar algo inteligente ou bem-humorado, e pare de me esforçar para me distrair com algo no celular ou na TV, e simplesmente contemple tudo ao meu redor. Os meus momentos na academia podem mudar completamente. Onde havia um prédio com música eletrônica alta, um tanto agitado, agora, pode haver um jardim com muitas flores para eu apreciar e me deliciar. Posso me deliciar da mesma forma no meu trabalho e em tantos outros lugares.

“Bingo…”

– E o que é essa minha nova doença, senão um chamado para contemplar?

“Contemple… Contemple…. e o novo caminho surgirá…”

– E lá no trabalho, eu já tenho feito tudo que eu pude.

Agora é hora de parar de fazer um pouco do trabalho e olhar para todo mundo com esse olhar tão funcional, para, realmente, olhar para aquelas pessoas e aquele lugar. O que eles são para mim? Por que estão na minha vida? Que mensagens eles transmitem com os seus jeitos de ser? Com o que dizem? Com o jeito que me olham?

Eu me estresso tanto com o ambiente do trabalho, mas eu posso não ter entendido nada, ainda. Talvez, eu possa aproveitar melhor a minha estadia ali. Tudo tem um motivo. É o que dizem, e faz sentido.

“O Admirável Mundo Novo!”

– E quando algo der errado na vida? Por que me preocupar? Sempre vão haver coisas que eu ainda não vejo, e só me resta me acalmar e contemplar para descobrir!
“Con-tem-ple”. Haziel sorria e viu que uma linda luz multicor iluminava a Ponta Negra.

– Por falar em contemplação, agora, quando faço aquelas meditações que tenho aprendido, quantas imagens bonitas vêm à minha cabeça.
E como me sinto bem, agora, correndo pela manhã, fazendo minha própria comida, como há muito tempo não fazia.

Na verdade, nunca me dediquei assim a fazer o meu café e todas as outras refeições, já que eu sempre estava na correria do trabalho e dos estudos. Até voltei a rezar mais!
Quanta coisa tenho aprendido… Parece que um novo mundo tem se mostrado para mim.

“Fico feliz que reconheça. Espero que seja grato ao Nosso Pai.”, pediu Haziel.
– Obrigado, Senhor – concluiu Arteiro.

Mal posso esperar por tentar enxergar muito mais coisas que ainda não vejo, em vários lugares pelos quais eu ando.
Que manhã, boa, essa, hoje! Fiquei inspirado!
“Boa, Arteiro. Essa foi uma grande manhã.”

Entre corridas e reflexões, as portas do coração se abrem e o Amor cura

Arteiro escova os dentes, se deita, assiste a um vídeo no Youtube e adormece.
Ao lado da sua cama, Haziel, ajoelhado, pede ao Pai, mais uma vez:
– Senhor, eu te peço que cure o coração do Arteiro, espiritualmente e, por consequência, de forma física. E peço que cure tudo nele e na vida vida dele que seja necessário e que seja a causa desse seu problema de saúde.

Haziel retorna para ver Arteiro durante a noite. Arteiro se mexe um pouco, dá sinais de que está sonhando. E realmente está.
No seu sonho, ele se viu em um grande hospital, mas muito grande mesmo. Muito branco para todo lado que olhava.

Ao seu redor, estavam muitas pessoas. Algumas vestidas túnicas de cores diversas, outras, para o seu espanto, tinham longas asas. Algumas eram muito altas, e outras bem pequenas, todas com o semblante reluzente e com olhos vívidos, de uma forma que ele nunca tinha visto.

Também viu algumas pessoas conhecidas presentes ali. Elas passavam de um lado para o outro, quando ele viu que estava em cima de uma mesa de operação.

Ele escuta um barulho crescendo. Parecia que batiam em uma porta, com muita força. Em alguns momentos, estas batidas pareciam as de um coração, mas fora do ritmo normal, como ele ouviu em um dos seus exames.

Arteiro viaja rumo a universos mais profundos

Ao ouvirem estas batidas aumentarem, todos da sala, centenas de pessoas, se ajoelham.
Uma voz é ouvida, forte como um trovão:
– Você é um dos meus filhos que tanto amo.
E deu uma ordem:
– Continuem a renovação!

Arteiro, então, viu a sala toda se mexer, com um ritmo estranho. Reconheceu, então, que era no mesmo ritmo das batidas descompassadas que ouviu antes. Sim! Ele estava dentro de um coração. Do seu coração!

De repente, o lugar ficou mais claro e ele enxergou através das paredes, outros cômodos. Todos balançavam. Eram os átrios e ventrículos. O lugar todo estava envolvido no músculo cardíaco.

Jorrava sangue de um lado para o outro, sempre em um mesmo percurso, com mais força que as águas das Cataratas do Iguaçu.

Arteiro contemplava tudo assustado, mas com muito entusiasmo. Era um espetáculo a que ele nunca sonhou assistir.

De repente, ele se viu mergulhando naquele sangue todo. Fez um silêncio sepulcral. Ele começou a perceber que estava vendo o Universo todo a olho nu. Via muitas, mas muitas mesmo, estrelas se apagarem e se acenderem naquele céu imenso.

Então, começou a enxergar melhor e viu que aqueles, talvez, milhões de estrelas que acendiam e apagavam eram as células do coração. O que era aquilo tudo? Arteiro não acreditava. As células morriam e nasciam a todo instante, em todas as direções.

Como se não bastasse, para surpresa dele, ele se viu indo à direção de uma célula apenas, e adentrando-a.

Foi observando salas muito diferentes, fluidos circulando sem parar, e de repente, não viu mais tudo isso, mas se sentiu caindo dentro de um cano com muita velocidade, indo para um outro lugar. Ele fechou os braços e os olhos para não se machucar.

Quando, enfim, ele parou de cair, e voltou a ficar apenas flutuando, ele abriu os olhos e viu um outro Universo à sua frente. O que via parecia com a Via Láctea, com as mesmas estrelas que tinha visto há poucos instantes.

Aos poucos, ele enxergava que planetas giravam ao redor do Sol. Mas eles eram diferentes. Os planetas eram pura energia e o mesmo acontecia com o Sol.

Lentamente, a sua visão ia se ampliando, e ele via aquela Via Láctea se reduzindo. Então, novas galáxias passaram a se entrelaçar com ela.

A visão ia se ampliando mais, até que Arteiro percebeu que estava vendo o coração no nível dos átomos, e agora, das moléculas.

Então, retornou, novamente, puxado pelo cano, mas agora, ia de olhos abertos. Viu tudo se quebrando, e se formando, a todo instante, por todos os lados. Não tinha ideia da quantidade de coisas que nasciam e morriam por minuto, mas deviam ser milhões de estruturas passando por isso, em todos os níveis que ele enxergava enquanto retornava para o alto.

Até que se viu, novamente, dentro do coração. E de volta à sala inicial, que continuava se movendo toda, mas agora, em um ritmo um pouco mais compassado.
– Por hoje, é só. – alguém falou, com uma voz extremamente doce e mansa.

Arteiro se arriscou a perguntar:
– Onde eu estou?
– Você sabe onde está. Não se esqueça: tudo o que você contemplou na sua viagem, hoje, e muito mais, que você nem imagina e que a ciência nunca irá observar completamente, tudo obedece a Uma Só Voz.

– Como assim? Pode me explicar melhor?
– Todo o Universo visível e invisível, na dimensão macroscópica e na dimensão microscópica, na maior dimensão e na menor dimensão que os humanos nem imaginam existir, tudo o que há nestes lugares, tudo, exatamente tudo, obedece a Uma Só Voz.
E outra voz, igualmente belíssima, concluiu:
– Como era no princípio, agora e sempre.

Alguns meses depois, o reencontro entre Haziel e Laylah

Arteiro retorna à médica cardiologista que passou a admirar e amar, já com os resultados dos novos exames.
– Bom, que boa notícia tenho pra te dar, Arteiro! Deus te devolveu a saúde.

A sua pressão ainda está um pouco alterada para os padrões “normais”. Mas eu vou já, já te explicar um pouco mais sobre isso. Nas últimas conferências com trabalhos sobre pressão arterial, se fala muito desta possibilidade de variação da pressão arterial por conta de fatores ambientais na vida do paciente, composição corporal, e outras coisas mais.

E a sua arritmia cardíaca está quase zerada! Pouquíssimas ocorrências de eventos de arritmia nas 24 horas de exame. Chega a ser um número desprezível.
– Então, não vou precisar voltar a tomar remédios de pressão?
– Não, nada disso. Mantenha a sua nova rotina de exercícios, acompanhamento psicológico, meditação, boa alimentação e outros hábitos saudáveis.

Haziel acrescentou, falando por trás de Arteiro:
– E contemple!
Laylah riu e repetiu:
– E contemple!

E a médica concluiu:
– E curta bem tudo e todos que estão com você. Fique bem!
– Até mais, doutora. Muito obrigado por tudo!

– Bendito seja o Pai que está trazendo este filho para perto novamente. Sucesso na sua missão, Haziel – despediu-se Laylah.
– Que o Eterno Amor transborde na sua missão e na missão da sua guiada na vida dos nossos irmãos. Até mais, Laylah.

Você que está doente ou acompanhando um doente, não se esqueça

A doença é um chamado para a reconciliação.

Os profissionais de saúde aguardam com os anjos todos aqueles que precisam de libertação. 

Quando o médico disser “agora não tem muito o que fazer. Precisamos aguardar”, os anjos dizem: “agora não tem muito o que o médico fazer neste mundo limitado, amplamente influenciado pelo mundo espiritual. Precisamos orar e aguardar o Santíssimo Espírito de Deus, enviado por Jesus, fazer”. 

Todo hospital é uma Santa Casa onde Deus toca os corações e onde os anjos oram e louvam sem parar.

Os leitos das enfermarias são confessionários. 

Os leitos das UTIs são confessionários. 

As camas, macas e cadeiras de rodas são confessionários. 

As cadeiras dos corredores, onde você aguarda a sua vez ou aguarda a saída de alguém do consultório, da enfermaria ou da UTI, são confessionários.

Todos estes lugares foram criados para que todos retornem ao Pai e para a Sua Glória.

Não perca tempo. 

Reconcilie-se com quem mais ama você, o único que o conhece exatamente como você é, e o único que pode fazer tudo por você.

“Eu te levantarei,

 Filho amado, filho querido.

Restituirei tuas forças

E te atrairei a mim

E te darei novas vestes,

Filho amado.

(Frei Gilson) 

A Paz de Cristo.
Seu irmão, Milton


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