O batismo por João Batista e o Início na Galileia
João Batista ficava no deserto da Judeia. O deserto simboliza onde nós fazemos a busca espiritual, a caminhada em busca da Terra Prometida e o lugar onde nós, que caminhamos e buscamos, somos tentados a desistir.
E é exatamente nesse lugar que Deus põe João, para apoiar a nós, que caminhamos de um capítulo a outro da vida e somos tentados.
João nos mostra que já estamos em pecado e nos chama pra confessar e largar o pecado e endireitar o nosso caminho. Aí penso: mas, como assim, ele já pressupõe que eu estou no caminho errado? Eu sou bom, só quero me aproximar de Deus.
É, mas nós vemos que muitas pessoas, de Jerusalém e toda a Judeia, vinham ao encontro dele exatamente pra isso. As próprias pessoas acusam os próprios pecados fazendo isso.
O próprio Pai as esclarece a pensar assim, que estão em pecado e precisam sair dele. É assim comigo também e, provavelmente, é com todo mundo que busca a redenção.
Quando eu me vi nas maiores guerras espirituais, e ainda me vejo, eu sei que estou nelas por causa da minha forma de ver as pessoas e o mundo. É por causa das minhas histórias e da minha bagagem de pensamentos e atos que, muitas vezes, não condizem com a Verdade.
Então, quer dizer que eu sou mau? Não, eu sou semelhante a Deus. Então, por natureza, eu sou bom. Mas Deus permite que eu seja o que eu quiser na Terra. Quando eu quero ser bom, caminho com Ele, escuto a Palavra Dele, os conselhos Dele. Quando eu quero ser mau, me afasto Dele.
Mas quer dizer que todo mundo que não tem uma vida com religião é mau? A pessoa não pode, simplesmente, ser boa?
Seguir bons princípios, somente?
Quem segue bons princípios, bons autores, tem uma boa educação, está sendo instruído por Deus.
Na minha própria experiência, eu sei que isso é suficiente para alguns momentos da vida. Mesmo sem a relação mais próxima com Ele, Deus sempre me abençoou. Eu fui feliz. Ele me agradou com muitos presentes.
Mas também sei que houveram momentos em que eu fui mau, fui ingrato com Ele, maltratei meus irmãos, causei o ódio e fui vítima dele. Às vezes, só um pouco, só deixei a pessoa chateada. Mas às vezes, deixei as pessoas bem confusas, fiz elas me bloquearem das redes sociais, por exemplo, saírem de perto de mim por um tempo. É às vezes, até, eu as fiz chorar.
E eu também sofri com isso. Quando sou mau, também sou vítima da maldade. Somos todos vítimas das nossas próprias ignorâncias. Por que ignorância? Porque quando estamos nessas situações, esquecemos completamente para que existimos. Às vezes, nem esquecemos, mas nem fomos ensinados.
E quem me ensina a razão de eu estar nesse mundo? Quem pode me ensinar as virtudes? Como fazer melhor e não sofrer nem fazer sofrer? Ensinam isso na escola? Um pouco. Ensinam na festa? Ensinam no clube? Na rua? Onde podemos aprender isso?
Então, um dia, Deus diz no nosso coração que tem algo errado, às vezes está tudo errado. E nós enxergamos João Batista no nosso caminho ou vamo até ele.
O pai da Psicanálise, Carl Yung, chegou a uma conclusão bem inspirada: que só tem um jeito de nós nos curarmos das nossas sombras, e é trazendo-as à luz. Ele diz que não adianta falarmos coisas bonitas e olharmos para artes e obras belas, nem olharmos para o céu, para coisas iluminadas. É preciso conhecer o que há no nosso íntimo e trazer à tona, à nossa consciência.
Ora, Yung nem era um religioso (não, o típico), mas ao mesmo tempo, era. Ele achava que estava contrariando os religiosos, mas estava era confirmando. Yung só trouxe à luz o que nós já sabemos, mas ele criou uma forma de pensar para nos ajudar a fazer isso. É isso que é a psicanálise.
Quando nós nos vemos no deserto, com problemas diversos, sabemos que é porque não estamos conseguindo sair disso, tem coisas que precisam vir à luz, nós conversamos com um e com outro, mas não tem o efeito que nós esperamos. Até que, quando encontramos João Batista, um sacerdote do Pai, e, finalmente, confessamos os nossos pecados, nós sentimos, finalmente, um alívio. Às vezes, o choro é imediato. Claro, esse alívio é de quem venceu o mau e reencontrou a paz.
Então, sim, nós somos bons, nós relembramos. Mas com Deus. Sem ele, nós sabemos que nós somos maus. Quem já se deu mal na vida sabe. Não é nenhuma novidade.
Nós só não somos bons quando estamos longe da Verdade, sendo iludidos e desiludidos, iludidos e desiludidos, em ciclos, um após o outro. E somos melhores quando interrompemos isso. “Ei, eu não estou aqui sem um motivo. Alguém me criou e me deu e dá tudo o que eu tenho e tudo o que eu penso e sinto”.
Não paramos de viver. Novos ciclos virão. Mas, com Deus, nós estamos “ligados”, espertos. Sabemos quem somos. Sabemos o que devemos fazer. Sabemos que emoções precisamos sentir.
Quando nós confessamos os nossos pecados, sabemos quem somos. A culpa não é mais do outro. Não somos mais vítimas, mas protagonistas das nossas vidas. Eu sei no que tenho que melhorar pra não causar o mal e pra não ser afetado pelo mal.
Mas, além disso? Por que eu devo melhorar? Por que todo mundo precisa melhorar? Eu poderia, simplesmente, me afastar de todo mundo e viver a minha vida sozinho, na minha riqueza material ou no meu lugar. É, mas nós sabemos que a cabeça não pára. Ela precisa de alimento e sempre que ela cai em si, se vê no deserto, rumo a algum lugar.
A nossa alma sabe que está rumo a algum lugar. Ela sabe que tem algo além. E ela não sossega. Qualquer coisa mais profunda que falem sobre nós, nós nos enchemos de curiosidade.
Quando dizem o horóscopo no rádio, nós pensamos? “Olha! Será que é isso mesmo?”. Quando dizem que os Simpsons previram alguns fatos da História, nós ficamos interessados. “Será?” Quando éramos crianças, queríamos testar a brincadeira do copo, tentar falar com espíritos. Imaginávamos o bicho papão. Os que moram em cidades do interior vêem coisas que não são explicadas pela ciência.
Há inúmeros outros exemplos. Nós sabemos que existe algo a mais. Quando João Batista diz que o Reino dos Céus vêm aí, nós já sabemos. Às vezes, só temos resistência com a parte de se arrepender, confessar a nossa parte ruim e buscarmos sair do conforto do nosso dia a dia para buscar se preparar para o Reino, que é eterno. A vida aqui, sabemos que é um suspiro. Já, já, se vai.
#######
João Batista usava roupas simples e comia coisas simples pra nem perder tempo. Até empresários famosos fazem isso. O criador do Facebook têm um guarda-roupas cheio de peças iguais, para não ter que escolher. João Batista faz o mesmo, mas para focar na sua empresa. A empresa que prepara o povo pra Eternidade.
###########
João Batista já começa a briga com os Fariseus que Jesus continuaria. Os fariseus são a Igreja da época. São os que acham que são os defensores da Lei e superiores aos outros. Mas João não permite que eles se batizem sem se arrepender e fala coisas duríssimas. Não é por ódio, mas por amor. É pra sacudi-los. Pra trazer a sombra à luz. Pra lembrar que eles não são juízes que observam a caminhada do povo no deserto, mas são, também, esse povo.
“Nosso pai é Abraão”, eles diziam, pra se diferenciar dos outros povos e manter a autoridade dos chefes das sinagogas. Mas João diz que Deus vai dar muitos filhos a Abraão, já falando sobre a redenção de todos os povos, que Jesus faria.
João diz que todos podem dar bons e maus frutos, mesmos sacerdotes, escribas, mestres da Lei, e precisam perseverar no bem para colher bons frutos nessa vida e na Eternidade.
############ batismo de Jesus
Jesus foi da Galileia ao Rio Jordão. (qual é essa distância?)
Jesus vai longe pra cumprir a sua missão e a Lei. Assim, também, eu, talvez tenha que sair de onde moro, pra receber o meu batismo em outro lugar. Pra ver e ouvir coisas que vão aumentar a minha conversão.
João questiona Jesus vir ser batizado e não o contrário, porque João é que precisava de confissão, como todos nós precisamos.
Mas Jesus queria mostrar a obediência à Lei, mostrar que era como todos os outros, humano, também.
Quando Jesus é batizado, o céu se abriu para ele. Imagine essa cena. Ela se parece muito com o que aconteceu em Fátima.
Quem terá visto esta cena? Só Jesus e João Batista? Mateus não diz. João sempre estava com pessoas próximas a ele, fazendo a sua missão do batismo, mas não sabemos se haveriam ali, naquele momento.
O que temos é o relato de Jesus, apenas, então, já temos a garantia da Verdade. Provavelmente, só o dois viram isso acontecer mesmo, porque ainda não era o momento de o povo ouvir isto.
O Espírito de Deus desce como uma pomba. Como um animal. Ele que se manifesta de várias formas no Evangelho.
Como Deus pode se manifestar a mim? Nos animais ao meu redor, em algum específico, em uma pessoa, na forma humana ou sobrenatural.
Eu preciso ficar atento para não perder a mensagem.
Uma voz do céu diz que Ele é o Filho Amado.
Então, Jesus e João recebem uma confirmação. Essa serve pra Jesus como o momento de iniciar o Projeto da Igreja com mais força, como foi com os discípulos em Pentecostes. E para João, Deus dizia que a missão dele estava completa.
Pai, que eu busque o meu batismo, a confirmação do meu apostolado.
